sábado, 16 de janeiro de 2010

Desenhos Animados - «Dora a exploradora»; «Doraemon»

Numa das nossas pesquisas sobre desenhos animados, analisámos dois tipos de desenhos animados: o primeiro é um desenho animado muito conhecido, «A Dora» e o outro («Doraemon») é direccionado para crianças, cuja a leitura e a escrita estão mais desenvolvidas.

«A Dora»

Dora, a Aventureira ou Dora, a Exploradora (em Portugal) é um desenho animado do Canal Panda. O desenho animado tem carácter educativo e apresenta a Dora, como uma menina simpática e o seu amigo Botas, um macaquinho de botas vermelhas. Através de frases dirigidas directamente ao espectador, conduz à interacção com o desenho, estimulando o aprendiz relativamente aos números, cores e palavras. Alguns profissionais ligados à área de Necessidades Educativas Especiais recomendam este desenho animado para crianças com autismo, devido aos apoios visuais durante toda a comunicação dos personagens com a criança espectadora.






«Doraemon»

Relativamente ao Doraemon, este é um desenho animado de origem japonesa, que apresenta comédias com lições morais a respeito dos valores, tais como a honestidade, a perseverança, a coragem, a família e o respeito para pessoas idosas. Além disso, apresenta diversas questões sobre o meio-ambiente, nomeadamente, temas como espécies em vias de extinção, o desflorestamento e a poluição.






Em suma, podemos concluir que, geralmente, as crianças começam por ver desenhos animados aos dois anos de idade. A atenção destas é captada pelos efeitos luminosos e sonoros dos desenhos animados. O conteúdo do programa nem sempre é completamente acessível à criança, captando apenas parte do que vê. As sequências longas, as motivações e intenções das personagens são questões que não estão ainda acessíveis, sobretudo às crianças mais novas que não conseguem fazer deduções e compreender os significados implícitos da mensagem que é transmitida.

Muitos desenhos animados envolvem cenas de agressividade sem que quem a pratica sofra consequências negativas. As crianças tendem a considerar que o mais forte será o que tem razão, sem acederem às mensagens mais subtis e sem compreenderem que determinadas acções serão mais justificadas do que outras. Há três possíveis efeitos negativos relativos à violência na televisão e, mais concretamente, nos desenhos animados:
  • as crianças poderão tornar-se menos sensíveis à dor e ao sofrimento dos outros (devido à transmissão de uma visão distorcida da morte, da doença ou de ferimentos graves);
  • as crianças poderão ter mais receio do mundo que as rodeia (por acreditarem que o mundo real é tão violento como o mundo a que têm acesso na televisão, adquirindo comportamentos onde prevalece o medo localizado ou generalizado);
  • as crianças poderão ter maior tendência a assumir comportamentos agressivos e violentos (por considerarem que é uma forma de atingirem os seus fins).

Nos desenhos animados, muitas vezes a mentira resulta em consequências positivas para o mentiroso, o que transmite a mensagem de que esse será um caminho para a obtenção de algo. O facto de não haver uma punição para o mentiroso reforça ainda mais a ideia positiva da mentira. As acções são consideradas correctas ou erradas em função de quem as realiza e não em função da própria acção, o que conduz a deturpações relativas ao raciocínio e juízo moral da criança.

A programação de televisão destinada a crianças tende a canalizar os seus gostos e incutir-lhes ideias comuns, massificando o público infantil. Deste modo, ao envolver questões mais imitativas do que imaginativas, não afecta apenas o seu comportamento, mas também as suas crenças e valores.


Os estereótipos relativos aos papéis masculinos e femininos são um exemplo. As crianças vêem televisão e não podem filtrar ou discutir a informação que recebem, pois o seu aparelho psíquico ainda não permite uma análise profunda e uma distinção suficientemente clara entre a realidade e a fantasia.

Os pais têm um papel importante na execução dessa filtragem e de uma análise crítica pelos seus filhos, permitindo-lhes o acesso a programas que podem facilitar o seu desenvolvimento psíquico e moral e eliminando programas que poderão colocar entraves a esse desenvolvimento.

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